De: Ysolda Cabral
É difícil me tirar do sério, mas agora me chateei pra valer.
Eu amo o Mar (com maiúscula mesmo) e faço questão de propagar este fato de todas as formas. Entretanto, todas as vezes que publico algum texto falando desse amor, sempre vem um engraçadinho falar em tubarão.
- Que coisa!
Moro em Recife, bem pertinho da praia de Boa Viagem, há mais de trinta anos e o que tenho visto, ao longo deste tempo, é o homem “atacar” o Mar diariamente, fazendo dele banheiro, motel e lixeira.
Por mais campanha educativa que se faça, não tem jeito. O povo é muito mal educado, inconseqüente e irresponsável. Não cuida do planeta, não o respeita e aos poucos vai lhe matando.
Quem tenta fazer alguma coisa, por mais simples que seja, como retirar do mar o lixo que ali deixam, é taxado de louco e serve de galhofa para aqueles que, por comodismo, negligência, irresponsabilidade e muitas vezes preguiça, ignorância e vaidade, são os grandes causadores pelas catástrofes que vêm ocorrendo no mundo inteiro.
Quanto ao tubarão, quando ataca, meu amigo, pode ter certeza que ele apenas está dando o troco daquilo que vem recebendo há séculos, afinal ele também faz parte da Natureza.
- Ora bolas!
Em tempo: adoro nadar no Mar e o faço sem receio, pois não ultrapasso os limites permitidos. Ou seja, eu não invado e nem agrido o espaço de “tubarão” algum.
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Publicado no Recanto das Letras em 24/03/2011
Código do texto: T2867658