domingo, 30 de janeiro de 2011

ABSOLVIÇÃO

ABSOLVIÇÃO
De: Ysolda Cabral


Fique alerta
Fique esperta
Perceba a encenação

Fique fria
Cuidado com a ira
Ela é como assombração

Não se avexe
Não menospreze
A voz do coração

Não se iluda
Fique muda
Observe a direção

Fique calma
Cuide da sua alma
E obtenha absolvição
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Publicado no Recanto das Letras em 30/01/2011

sábado, 29 de janeiro de 2011

JOANINHA EM DEPRESSÃO



JOANINHA EM DEPRESSÃO
De: Ysolda Cabral


Hei! Deixe-me quietinha.
Diz a Joaninha.
Hoje não quero conversa,
Não quero trela,
Não quero festa,
Estou com arestas,
Nada eu acho que presta,
Só quero ficar num cantinho,
Esperando que o vento me leve,
Pra qualquer lugar que ele for.
Oh! Estou tão sem cor...

- Que horror!


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Abaixo interações maravilhosas:

Ah, Joaninha, és tão bela,
Vermelha e pintadinha!
Não fique assim,
Amiga do jardim.
Tenha fé na vida,
Pois de todos os bichinhos.
És a minha preferida.
*
Luciano SV

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Joaninha, minha amiguinha
não fiques triste assim
tens uma linda roupa vermelhinha
és ainda, a alegria do jardim!!!
*
Chica
Minha bela joaninha
Não fique tristinha não
Eu te dou uma florzinha
E carinhos de montão!
Teca
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*
Então eu reflito e digo:
Como pode uma Joaninha
Tão querida e tão amada
Ficar depressiva por nada?!
*
Ah! amiguinha querida,
Dê adeus a depressão,
Dormindo um bom soninho,
Escutando uma canção.
*
*
Publicado no Recanto das Letras em 29/01/2011
Código do texto: T2759137


NO EMBALO DO TEMPO

NO EMBALO DO TEMPO
De: Ysolda Cabral


Sol e chuva,
Chuva e sol.
Num dia, só...

Nem frio e nem calor,
Nem tristeza e nem alegria.
Um pouco de saudade, só...

Ansiedade,
Necessidade de sermos
Dois em um, por um só...

Solidão de dois,
Na existência do talvez.
Na certeza: apenas eu!

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Publicado no Recanto das Letras em 29/01/2011
Código do texto: T2759075

FLORES NA CALÇADA


FLORES NA CALÇADA
De: Ysolda Cabral


Pelo chão, descoloridas e molhadas,
Formando tapete na calçada,
Flores precocemente despetaladas,
Pela angustiante e fria madrugada.

Com receio de pisá-las,
Fico parada a olhá-las.
E então o tempo pára.

- Como devo proceder...?!

Pisá-las me parece uma maldade.
Contorná-las é impossível!
E, como não sou pássaro...

O que devo fazer ?

De repente se desfaz a indecisão,
Percebo que o tempo realmente parou,
Parou para as flores caídas na calçada...
Para mim ainda não.

- Siga em frente, me diz a razão.

De cabeça erguida, pisando firme,
E sem nenhuma vacilação, obedeço,
Mesmo sentindo chorar meu coração.

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Publicado no Recanto das Letras em 28/01/2011
Código do texto: T2757411

"ESCREVER PRA MIM É ..."



Escrever para mim é...


É a maneira que encontrei
Pra fazer falar a minha alma
Que vive presa dentro de mim
E às vezes tem vontade de sair

Escrever pra mim é...

Falar da alegria e da tristeza
Bem como da saudade
Que por pouco não me mata
Porém faz a minha alma
Mudar de idéia de querer partir

Escrever pra mim é...

Transmitir às pessoas o que sinto
E, dentro de controvérsias daquilo que digo
Levar esperança da realização dos sonhos
E me fazer lembrar que ainda estou aqui.


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Poesia participação na ciranda “Escrever Pra Mim É...” da amiga e talentosa poetisa recantista, Maria Paz. Para ler a página da poetisa, clique no link abaixo:
http://recantodasletras.uol.com.br/autor.php?id=27054


Ysolda Cabral
Publicado no Recanto das Letras em 27/01/2011

Código do texto: T2755535


domingo, 23 de janeiro de 2011

UM LINDO CLONE



UM LINDO CLONE
De: Ysolda Cabral



Usando você de matéria prima,
No laboratório ilusão,
Fiz de você o meu amor,
Numa noite de verão.

Com muito cuidado e zelo,
Criei cada detalhe,
Isso sem nenhum receio,
E pra ficar sempre ao meu lado.

Do caráter ilibado,
Da conduta exemplar,
Da tela estelar do seu olhar,
E do eterno menino...

Juntei tudo e dei um jeito,
De pegar também seu cheiro,
Até a risada cristalina;
O resultado foi perfeito...

Você nem imagina!

Terminada a criação pela aurora,
Você já não me pertencia.
Tive que deixá-lo ir embora,
No amanhecer daquele dia.


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Publicado no Recanto das Letras em 23/01/2011

Código do texto: T2746681


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MINHA PÁGINA NO RECANTO DAS LETRAS :

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

BEIJO ROUBADO

BEIJO ROUBADO
De: Ysolda Cabral



Um dia te roubei um beijo,
Numa linda noite de luar.
Fiquei meio sem jeito,
Pois não costumo roubar.


Mas não me arrependi do ilícito,
E por todos os deuses eu te digo:
Faria tudo novamente,
Se hoje estivesse contigo.


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Interação melhorada (rs) ao Poetrix do talentoso poeta recantista,
Jeronimo Madureira.
http://recantodasletras.uol.com.br/poetrix/2735893

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Publicado no Recanto das Letras em
21/01/2011Código do texto: T2744173

quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

POSSO PERDER A CABEÇA, MAS NÃO OS PÉS


POSSO PERDER A CABEÇA, MAS NÃO OS PÉS
De: Ysolda Cabral




Meu tendão de Aquiles é realmente “o tendão”. Como passei dos “ 25”, todo cuidado é pouco. Fazendo o meu check-up, o meu médico achou prudente solicitar uma radiografia e um ultra-som dos meus pés.

Hoje, depois de uma noite mal dormida, por conta de pesadelos terríveis, (neles eu me via sem os pés) e, de amanhecer no consultório da dentista, para concluir um trabalho de canal, fui com garra e coragem, fazer os tais exames.

Primeiro me encaminharam para a sala de radiografia. Ao entrar, a técnica sem a menor cerimônia falou: “Nossa Senhora, nunca fiz um exame desses em ninguém!”

- Que houve com seus pés? De pronto lhe respondi que era coisa normal na minha idade; coisa de velho e que ela não precisava se assustar, pois eu já estava bastante assustada.

Ela não se dando por satisfeita retrucou: “mas eu tenho feito radiografia em muito velho e...!

A essas alturas, eu meio que perdendo a paciência, lhe interrompi confidenciando-lhe ser, na realidade, de outro planeta, uma extraterrestre, que ela guardasse o mais absoluto segredo e terminasse logo com aquilo.

Meio na dúvida, ela resolveu ir em frente. Ao chegar junto de mim, para arrumar minhas pernas e consequentemente meus pés em cima da mesa, olhou bem para mim e exclamou: “Poxa vida, a senhora não é velha e é bem bonita!!!

Eu não sei se fiquei exasperada, mais preocupada, ou se gostei da observação.

- Que confusão estava a minha cabeça! Tudo por conta de um tendão, levemente proeminente...!

Enfim, radiografia tirada fui direto para a sala de ultra-som.

A doutora, a qual realizou o respectivo exame, disse que no meu tendão esquerdo havia um cisto e no outro, um em formação.

Eu em aflição lhe perguntei: Vou ficar sem pés, doutora?

E ela respondeu parecendo indignada: “claro que não Ysolda!!”

Nossa, que alívio!

Não ter mais 25 anos é danado de ruim, mas ficar sem os pés, não ia dar pé; né não?!

E haja abobrinha para curar mal olhado e indigestão...! Hahahahaha



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Em tempo: Foto dos meus queridos pés, fotografados por mim, especialmente para ilustrar esta crônica de utilidade pública. Hahahahahahaha

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Publicado no Recanto das Letras em 20/01/2011
Código do texto: T2742096

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

APENAS CANSAÇO

APENAS CANSAÇO
De: Ysolda Cabral


Preciso parar,
Pra ficar comigo um pouco.

Pensar...
Refletir...
Relaxar...

Esquecer a amargura e o pranto,
Voltar a sorrir escancarado,
Sem quebranto...

Caminhar a beira mar,
Sentir a areia molhada
De água salgada,
E não da tola lágrima.

Vê o dia deitar,
A noite chegar,
E voltar a sonhar,
Sonhos lindos e me encantar...

Sentir a brisa acariciar meu rosto,
Como a me dizer: tome gosto!
Ainda há muito pra viver e amar.


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Publicado no Recanto das Letras em 19/01/2011
Código do texto: T2739722

MORTOS VIVOS É A NOVA CLASSE SOCIAL

MORTOS VIVOS É A NOVA CLASSE SOCIAL
De: Ysolda Cabral




Eu deveria ter nascido em outro século. A grande dúvida é: para trás ou para frente...?

Para trás acho que não daria muito certo e por todos os motivos. Para frente, com mais máquina que gente, também não. Encurralada neste século, vou vivendo meio fora de tempo e lugar, um dia após o outro, sem grande entusiasmo e/ou motivação.

As oscilações quando ocorrem, não são atrativas e causam perplexidade.

Ultimamente, ando em completo estado de perplexidade, revolta e tristeza. O mundo está de ponta cabeça e isto é assustador. A sensação de impotência nos neutraliza e nos faz duvidar até da fé.

E é neste estado de espírito que tenho lido às notícias assustadoras, dignas de filme de terror, que vêm sendo veiculadas diariamente nos meios de comunicação.

A morte assola por todos os lados e de todas as maneiras. Soube agorinha mesmo que, em São Paulo, uma aposentada, de 64 anos, após salvar dois netos, morreu afogada dentro de sua própria casa.

- Meu Deus, como pode uma coisa assim acontecer?!

Tenho visto pessoas, em vários estados brasileiros, sendo retiradas dos escombros mortas. E, as que são retiradas com vida, parecem fantasmas. E, essas, traumatizadas, sem saúde, sem teto e sem chão, vão formando uma nova classe social; a dos “Mortos Vivos”, e isto é mais que preocupante é uma verdadeira tragédia.

No meio desse quadro atroz, dessa ignóbil realidade, o que mais impressiona e indigna é saber que tem gente que se aproveita dessas grandes calamidades, para enriquecer mais, inclusive, roubando até os donativos, tão necessários, neste primeiro momento, para os sobreviventes já tão severamente feridos, sofridos e castigados sem nem saberem a razão.
- Que lastima!

Realmente... Acho que quero é ser de outro planeta.
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Publicado no Recanto das Letras em 19/01/2011
Código do texto: T2738930

segunda-feira, 17 de janeiro de 2011

O AMOR JOGA COMIGO

O AMOR JOGA COMIGO
De: Ysolda Cabral


Relendo minhas poesias,
A maioria dedicada a você,
Sinto mais tristeza que alegria,
E, fico sem me conter.

Choro e dou risada,
E me pergunto o porquê.
Afinal um amor inventado,
Não devia sobreviver.

Mas ele insiste no contrário,
Independente de minha vontade.
E me faz sua parceira,
Com muita facilidade.

Ontem jogávamos Sonhos,
Num jogo pra lá de empatado.

Hoje, um dia especial,
O jogo é Realidade,
O amor é de verdade,
E a saudade é o diferencial.

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Publicado no Recanto das Letras em 17/01/2011

Código do texto: T2734749

EDUCAÇÃO É QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA


EDUCAÇÃO É QUESTÃO DE SOBREVIVÊNCIA
De: Ysolda Cabral




Não me acostumo com falta de educação, grosseria, agressividade, discriminação e violência. Venha de quem vier e de onde vier. Até mesmo de mim, pois quando cometo algum desses imperdoáveis “delitos” fico muito mal comigo mesma e confesso que é bem difícil de me perdoar.

Ultimamente venho me pondo à prova e exercitando o alto-controle e a paciência para exercer a boa educação e a tolerância constantemente... Até por que sou meio explosiva, meio sangue quente. Sou daquelas pessoas que não levam desaforo pra casa, mesmo sem guardar mágoa ou rancor. Ou pelo menos era; uma vez que, tenho usado com muito afinco o “recurso” tolerância.

É isso... T o l e r â n c i a!

É tolerância que está faltando entre nós, enquanto seres humanos. A impressão que tenho é de que ninguém tolera mais ninguém. Todos se acham os donos da verdade, os “bam-bam-bans" do pedaço. Só eles têm razão e para obterem o respeito e a atenção que se julgam merecedores, recorrem ao “vale tudo”.

E a Vida é muito mais que isso...

Para que tanta discriminação, competição desleal, distorcida, ridícula e inaceitável?!

Aí vem a Mãe Natureza e mostra quem é que manda... E sobra pra todo mundo.

Tomo como bom exemplo; as fortes chuvas que recentemente desabaram sobre o Rio de Janeiro, soterrando casebres e mansões, e, com moradores dos quatro cantos do mundo.

E é essa a conseqüência do “vale tudo” que se estende como uma peste, envolvendo tudo e todos, de uma forma ou de outra; há longo tempo.

- Se não existe respeito pela Natureza e nem pelo meio ambiente, como pode haver respeito entre os homens?

Ando observando muito os sintomas dessa “peste” que se alastra rapidamente e assustadoramente sobre todos nós e chego à conclusão de que, a única “vacina” existente para conter o avanço dessa epidemia é uma boa educação.

Será através dela - da educação - que aprenderemos a ter tolerância e assim proporcionar que aconteça uma verdadeira revolução, onde o respeito pela Vida e pelo ser humano, se tornem palavras de ordem.

Se você não é educado, aprenda a ser. - Não custa nada!

Comece sendo educado em sua casa. Com os membros de sua família.

Procure ser gentil e cordato com todos, até com os mais mal educados, agressivos e grosseiros. À proporção que você for usando da boa educação, eles começarão a usá-la também.

Não entre em contendas...

Aprenda a dizer não com firmeza, porém sem ser autoritário e/ou agressivo.

Aprenda a agradecer e respeite o limite de cada um. Assim você também será respeitado.

Procure ajudar, pelo simples ato de que assim deve ser e não visando reconhecimento, benefício próprio ou por uma estúpida vaidade.

Jogue o lixo na lixeira...

Saber viver não é tão simples, eu sei! Entretanto, com uma boa dose da “vacina” educação, tudo se tornará mais fácil e viável.É isso aí! O "recado" está dado.

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Publicado no Recanto das Letras em 17/01/2011

Código do texto: T2734493

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

MEUS FANTÁSMAS

MEUS FANTÁSMAS
De: Ysolda Cabral

Sou péssima observadora, porém quando me proponho a observar, observo e bem direitinho. Contudo, para que isso aconteça, é preciso que alguém me peça, ou algo novo me leve à observação.

No trabalho vem me ocorrendo um fato interessante...

Quando me concentro para realizar alguma tarefa mais urgente, um ruído me perturba e me leva ao tempo de criança quando; no sítio do meu avô, meu tio nos assustava com histórias de assombração.

Eram sempre as mesmas histórias. A maneira de contar é que mudava à medida que a gente não ia tendo mais medo. Em função disso, ele apelava para a “ajuda” dos seus “amigos” fantasmas, os quais, a partir da meia noite, quando todos já estavam deitados, vinham nos amedrontar.

No sítio não havia energia elétrica, e, quando íamos dormir vovô não permitia que ficasse nenhum candeeiro aceso ou lampião. O objetivo era prevenir acidentes enquanto dormíssemos.

Eu e a minha irmã fazíamos as orações, nossa tia nos cobria e ali ficávamos a espera do sono chegar olhando o teto de belas telhas, as quais não impediam a entrada da claridade da lua e nem do pingo d’agua, em noites de chuva forte.

Quando já estávamos quase conciliando o sono, os “fantasmas” chegavam. Enormes e assustadoramente brancos. Batiam portas e janelas, gemiam, assoviavam... Porém o que nos deixava mais aterrorizadas e nos levava a correr para cama de nossa tia Maria José, era o lento arrastar de seus pés no corredor; para lá e para cá.

O medo era tanto que tratávamos logo de dormir para fugir dos “amigos” do meu tio, os quais atendiam pelos nomes de lençol branco e chinelos do meu avô.

No trabalho, com certeza, os chinelos do meu avô e nem os lençóis estariam. Muito menos meu tio.

Obriguei-me, a ficar atenta e observar todos os colegas e seus movimentos, visando descobrir de onde vinha àquele arrastar de pés, tão meu conhecido.

Era Victor (20 anos), o lindo e sarado estagiário de nossa divisão, o qual de tanto estudar e malhar, anda arrastando os pés de tão cansado.

Nossa, que alívio! (Rsrs)


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Publicado no Recanto das Letras em 13/01/2011


Código do texto: T2727626


http://recantodasletras.uol.com.br/autores/ysoldacabral


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segunda-feira, 10 de janeiro de 2011

CUMPLICIDADE COM A ACÁCIA

CUMPLICIDADE COM A ACÁCIA
De: Ysolda Cabral


Vejo a Acácia Amarela,
Novamente florida,
Reinando na avenida.
- Como ela está linda!

Indiferente a Chuva e ao Sol,
Se é noite ou se é dia,
Se há combate a poluição,
A falta de consideração,
E ao lugar em que habita...

Ela reina absoluta na avenida.
E, esbanjando beleza e energia,
Aguça o meu amor pela poesia.

Reverencio-lhe com um olhar;
Sorrio em cumplicidade,
E esqueço a realidade.

Radiante, iluminada e bela,
Ela me reconhece e agradece,
- Do alto de sua majestade -
Sorrindo de volta para mim.

- Eu vi, ouvi e senti!
Posso até jurar que foi assim.

Adiante segui,
Muito contente e feliz,
Consciente de que da Vida;
Sou uma mera aprendiz.

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Foto ilustração : Eduardo Ramos


Publicado no Recanto das Letras em 10/01/2011
Código do texto: T2720628

domingo, 9 de janeiro de 2011

MÍRIAN WARTTUSCH - ILUSTRE AMIGA

INTERAÇÃO OU PROVA DE CONFIANÇA E AMIZADE?




Ao ler a crônica “NOSSA CASA DESDE O COMEÇO”, publicada em 07/01/2011, recebi os comentários, abaixo transcritos na integra, da ilustre amiga Mírian Warttusch, os quais fiz questão de publicar desta forma, em função dos grandes ensinamentos que eles nos trás.


09/01/2011 20:27 - Mírian Warttusch

Infelizmente enquanto minha mãe esteve viva, não me dei bem com ela, vivíamos brigando muito. Ela se casou sem amor, para se vingar do homem que amava e transformou nossa vida em uma perene guerra. Meu pai era um homem maravilhoso, apaixonado por ela e eu achava muito injusto ela ter feito o que fez e sempre dava razão ao meu pai. Depois que ela se foi, pude meditar sobre o absurdo que eu fizera, não me aproximando de mamãe, tentando entendê-la e talvez aconselhá-la, mas quando somos jovens, dificilmente temos esse modo de raciocinar e assim mamãe partiu, deixando em mim uma lacuna imensa e então escrevi um poema de despedida: SAUDADE DE MINHA MÃE! Que transcrevo a seguir.


09/01/2011 20:43 - Mírian Warttusch

SAUDADE DE MINHA MÃE

Quando é tarde demais, encontro o amor que te dedico...
Tarde demais, quando deixaste de existir, querida!
Tarde demais... e quando quieta, a relembrar-te fico
Penso ter menos razão, agora, a minha vida.

Parece ainda maior, a nossa casa tão mimosa...
E em cada canto, existe muda uma sentença.
E em teu jardim, contida em cada rosa,
Sinto mais viva a chama da tua presença.

E nós teus filhos, saudosos, sós, acabrunhados,
Sentimos percorrer-nos, gélido arrepio,
Quando em teu quarto, olhos marejados,
Fitamos a tristeza de um leite vazio...

Aos pés do leito, quieto, muito amigo,
Numa atitude fraca, sem conformação,
Cabeça a repousar no teu chinelo antigo,
Tão branco e belo, está fiel teu cão.

Foi muito triste te perder, confesso!
Beijar tua mão fria, em derradeiro adeus...
Longe de ti, agora, humildemente peço,
Tenha Deus piedade pelos erros meus!

Meu pensamento vaga... quero esquecer que te perdi...
Mas continua em mim, a imagem comovente,
Bem vívida, real, comigo, aqui,
Da minha mãe tão abatida, tão magra, tão doente.

No nosso lar, que com trabalho construíste,
Tinhas um modo estranho de nos dar afeto:
Não com palavras, o amor tu traduziste,
Não deixando faltar o que comer, e um teto!

Entendo, agora, como era o teu amor:
Bem escondido e feito de sinceridade.
E a tua perda, me traz tão grande dor,
Mesclada à imensidão desta saudade.

Se é que me escutas, quero te dizer,
Embora tarde, muito arrependida,
Eu, deveria em teu lugar, morrer,
Pois te amo tanto, minha mãe querida!

Mírian Warttusch

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09/01/2011 20:48 - Mírian Warttusch

Tão lindo e comovente, o teu texto me fez refletir sobre o quanto me faria bem ter minha mãe de volta, embalá-la nos meus braços, dizer-lhe "agora sei que te amo, que te quero tanto bem, minha mãe querida"! Para vocês que tem o privilégio de ainda ter sua mãe com vocês, não deixem de dizer também a elas que a amam, abracem-nas com carinho, pois só entendemos o que realmente é o amor de mãe, quando ela se vai para sempre. Adorei Ysolda, como sempre, teus textos são plenos de amor e de luz, passam uma mensagem que só os espíritos evoluídos saberiam escrever. Lindo mesmo!

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Minha emoção é tão grande que não sei o que dizer...

Obrigada pela amizade, carinho, solidariedade e confiança...?!

Amo você minha amiga querida.

Ysolda

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Para saber um pouco mais dessa minha ilustre amiga acesse:
Publicado no Recanto das Letras

AMANHECER AO LÉU - REPUBLICAÇÃO



AMANHECER AO LÉU
De: Ysolda Cabral


Minha alma impregnada de você,
Anda cansada, desencantada,
E quer se despir dos versos
Tolos das madrugadas...

Deteve-se ontem na lua,
Redonda, cheia, bela e baixa.
E, por dedução, julgou,
Impossível vê-la de sua casa...

Entendeu,como uma mãe dedicada,
Que precisava do céu descer,
Para companhia me fazer,
Já que comigo você não estava...

Ficamos juntas aguardando a alvorada.
Quando ela chegou,
Toda iluminada, perfumada e alva,
Minha alma chorou e sem tirar o véu,
Deixou o amanhecer ao léu,
Pois nele não viu beleza e nenhuma graça.



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PS. Primeira Publicação em 10/02/2009

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

NOSSA CASA DESDE O COMEÇO

NOSSA ''CASA'' DESDE O COMEÇO
De: Ysolda Cabral





Porque será que quando falamos vou pra casa, ou lá em casa; a gente sempre se refere à casa da mãe da gente? – Pelo menos comigo sempre foi assim.

Comecei a perceber isso depois que me casei em maio de 1987, quando, às vezes, do trabalho, ligava para meu esposo e lhe dizia que não me esperasse para jantar, pois iria jantar “lá em casa”.

No começo ele achava esquisito, depois se acostumou.

Em julho de 2010, decidi terminar meu casamento e voltar finalmente pra casa.

Na “bagagem” trouxe minha filha, mudas de hortelã, meus livros, discos, meu violão... E em função da certeza da necessidade da decisão que havia tomado, instalei-me de maneira suave, confortável, tranqüila, em paz comigo e com Deus.

A alegria dos meus foi grande em nos receber. Até a cachorrinha vira-lata, de três patas, de minha irmã vibrou com a novidade.

Curiosamente, hoje, quando digo vou pra casa algo me soa estranho...

Comecei a perscrutar a minha alma e descobri a razão: infelizmente, mamãe ali não está mais. Apenas papai e meus irmãos – àqueles que, não quiseram casar.

Apesar de sentir que agora tudo está em seus devidos lugares, me sinto meio perdida e meio sem chão.

Conclusão: ninguém substitui a mãe da gente, pois ela é a nossa ''casa'' desde o começo.

A emoção, a saudade e a falta que ela me faz , neste momento, é quase insuportável.

Em lágrimas...


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Publicado no Recanto das Letras em 07/01/2011
Código do texto: T2715064

quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

VIAJANTE DO TEMPO

VIAJANTE DO TEMPO
De: Ysolda Cabral


Sou “Viajante do Tempo”,
Por sina, entendimento ou opção.

Foi não foi me ausento,
Pra “viajar” pela imensidão.

E, como todo viajante,
Para seguir adiante,
Minha bagagem é a alegria,
A qual me faz partir com boas energias.

Viajo pelos lugares mais incríveis e bonitos...
Neles sempre encontro você,
Com o mesmo jeito de menino,
Que não se contém quando me vê...

Dessas viagens eu trago:
Seu cheiro, seu gosto, seu trato...

E é assim que faço da saudade,
Por minha livre vontade,
O meu verdadeiro traço.

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Poesia especialmente dedicada.


Publicado no Recanto das Letras em 06/01/2011
Código do texto: T2713869

quarta-feira, 5 de janeiro de 2011

PEDREGULHOS E GIRASSÓIS

PEDREGULHOS E GIRASSÓIS
De: Ysolda Cabral



Pontiagudos e afiados,
Os pedregulhos da minha estrada;
Entre hortelãs, girassóis, jasmins e dálias
Não me assustam mais.

Mesmo que por vezes firam,
E castiguem os meus pés descalços;
Não me farão desistir,
Da minha belíssima caminhada.

Quem quiser comigo vir;
Que venha logo, venha agora,
Venha sem demora...

É que não posso esperar assim!
Vou terminar indo embora,
Pra nunca mais voltar aqui.

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Publicado no Recanto das Letras em 05/01/2011
Código do texto: T27115

sábado, 1 de janeiro de 2011

MATURIDADE IN VITRO

MATURIDADE IN VITRO
De: Ysolda Cabral



Ajoelho e humildemente rezo.
Sem saber o que eu quero;
Nada peço.

Consciente do que já tenho;
Agradeço.
E uma paz infinita toma conta de mim
Como se já estivesse no fim.

O fim para um novo começo,
Sem avesso, sem segredo...

E ajoelhada continuo a oração,
Sem muita compreensão ou convicção
Daquilo que ainda posso e pretendo.

Contudo, a paz que hoje sinto,
Me faz suportar a dor, inclusive,
A dor da posição em que estou.

Então reflito:
Que bom se toda dor fosse isso...!

Aprimorando a capacidade dos sentidos;
Um aperto no peito me lembra do sem jeito...

E, eu, nadando num mar de saudade;
Chego às margens e piso em terra firme
Sentindo ter saído de um intrincado labirinto
.



*****


Obs.: Na foto, com minha filha Yauanna, meu presente de Deus.
O que mais posso querer desta vida? !!! Hahahahahaha

*****

Publicado no Recanto das Letras em 01/01/2011
Código do texto: T2702791