sábado, 30 de abril de 2011

MEU MELHOR COMPANHEIRO

MEU MELHOR COMPANHEIRO
De: Ysolda Cabral






Na tarde fria de um sábado terrivelmente triste, passei a recordar o meu tempo de adolescente quando em dias assim, saia de bicicleta a pedalar sem destino e sem descanso. Só voltava para casa quando a tristeza saia de mim levada pelo suor e pelas lágrimas.

Quando chovia, me sentia abençoadamente exorcizada dessa praga que nos ataca, desde que nos entendemos por gente.

Hoje, sair por aí pedalando, não iria dar certo, pois além de correr o risco de ser atropelada, correria o risco, também, de ser assaltada e, consequentemente, ter que voltar para casa a pé. Isto, nas melhores das hipóteses.

Contentei-me em ficar na janela do meu quarto, olhando a chuva lavar o asfalto...

De repente, “não mais que de repente” me lembrei do meu melhor companheiro: meu violão.

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Publicado no Recanto das Letras em 30/04/2011


Código do texto: T2940909

REFLEXÃO ALEATÓRIA IV




REFLEXÃO ALEATÓRIA IV

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Às vezes falamos coisas que não são para magoar, mas que precisam ser ditas para situar.


Ysolda Cabral



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Publicado no Recanto das Letras em 29/04/2011

Código do texto: T2938839

AMOR OU "QUÍMICA"?



AMOR OU QUÍMICA?
De: Ysoldac Cabral




Ontem, num “papo cabeça”, com um garoto de vinte anos, amigo de minha filha, tivemos uma discussão calorosa sobre os namoros de hoje em dia.

Enquanto ele tentava me convencer da importância do “ficar”, eu tentava “enfiar” na sua cabeça exatamente o contrário.

Esta conversa já é minha conhecida... Ah, se é!

Bom, como tenho fama de ser teimosa, então não perco uma oportunidade de conversar com os jovens sobre esta questão.

E a questão é “ficar”... Que graça tem isso?!

Sei não! Mas acredito que a meninada está abrindo mão de uma das coisas mais belas da vida que é o romantismo.

- Que pena!

No meu tempo – e não faz tanto tempo assim - os garotos quando se encantavam por uma garota, se empenhavam em ganhar seu coração e não apenas seu corpo ou um beijo na boca, numa “balada” de uma noite qualquer...

O pensamento, sonho ou pretensão era de que fosse para sempre... Mesmo que esse “para sempre” fosse “eterno enquanto durasse”, como afirmava o poeta Vinícius de Moraes.

Hoje a coisa é tão séria que ninguém mais fala em amor, em romance e sim em “química” e em " ficar" ...

Será que a união do Príncipe William com a duquesa Catherine, foi por amor ou pela “química” que existe entre eles? Afinal, é do conhecimento geral que, moram, ou "ficam" juntos há um bom tempo.

Entretanto, um fato me chamou a atenção no casamento deles... Senão vejamos; produção ou não, o enlace foi um deslumbramento, um verdadeiro conto de fadas - não tanto quanto o da mãe do noivo, pois ao meu ver, jamais existiu ou existirá uma noiva tão linda, tão pura e tão diáfana quanto foi Diana – mas o fato é que hoje o mundo se emocionou, com o acontecimento, principalmente, as meninas em idade de casar.

Isso significa que, o romantismo não desapareceu tanto assim e que, a grande maioria ainda sonha em viver um grande e verdadeiro amor.

- “Química”? !! "Ficar"?!! Pois sim!!!!

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Publicado no Recanto das Letras em 29/04/2011

Código do texto: T2938536

sexta-feira, 29 de abril de 2011

NOTA DE FALECIMENTO




Caros amigos,



Através de nota publicada no Recanto das Letras, pela poetisa Rejane Chica, acabo de tomar conhecimento do falecimento da maravilhosa poetisa recantista, MEL REDI.



Oremos para que nossa querida amiga descanse em PAZ.

Aproveito para enviar meu abraço pesar a todos os familiares da talentosa e estimada poetisa.


quarta-feira, 27 de abril de 2011

MORRER DE AMOR CALADA




MORRER DE AMOR CALADA
De: Ysolda Cabral




Jurei nunca mais falar com você,
Jurei nunca mais compor nenhuma poesia
Ou canção falando de amor...

De um amor que é além do palpável,
Além da vida e do provável,
Jurando por minha honra,
E, até por Deus Nosso Senhor.

Agora depois da raiva passada,
Da burrice atestada e comprovada
Na palavra empenhada, impensada;
Encontro-me num impasse...

Pois se calo o amor que sinto,
Se com você não falo,
E sem recorrer à poesia
Para os meus devaneios e desabafos;
Estarei em vida morta de fato.

E o que hei de fazer,
Com tanto amor desperdiçado,
E com os sonhos não realizados?

Ver a vida com o “ olhar realidade”
Deixar a “obra” inacabada,
E morrer de amor calada?

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Poema dedicado.


Publicado no Recanto das Letras em 27/04/2011
Código do texto: T2934278

http://www.recantodasletras.com.br/autores/ysoldacabral

domingo, 24 de abril de 2011

DOMINGO DE PÁSCOA - UMA ORAÇÃO






DOMINGO DE PÁSCOA – UMA ORAÇÃO
De: Ysolda Cabral







O dia amanheceu extraordinariamente belo como eu nunca vi.

- Por ele dou Graças!

Uma brisa suave entra pela minha janela e me avisa que o dia será de muito “calor”... Calor humano, compreensivo e acolhedor...

Paira no ar um silêncio abençoado, coisa pouco comum nos dias de hoje.

- Por ele dou Graças!

O “Jardim Condenado” está verde, iluminado, mais vivo que nunca. As folhas das palmeiras, das mangueiras estão prateadas, brilhando, felizes e satisfeitas sem se importarem com o dia de amanhã...

- Por ele eu peço!

Minha hortelã... Ah, como está perfumada na pequena jardineira!

- Ela é só alegria!

Sinto também o cheiro do mar, mas hoje não vou até ele... Talvez à tardinha, pois gosto de “falar” com Deus ao entardecer, junto ao mar...

É quando dou muitas e muitas Graças pela Vida que, é a maior dádiva, e, humildemente agradeço.

Um lindo e abençoado “Domingo de Páscoa” para todos nós.





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Publicado no Recanto das Letras em 24/04/2011




Código do texto: T2927424

sábado, 23 de abril de 2011

DE PRESENTE PRA VOCÊ



DE PRESENTE PRA VOCÊ
De: Ysolda Cabral


O Senhor Tempo,
Senhor de todos os destinos,
E de inusitados desatinos,
Não conseguirá mudar você,
A ponto de me fazer não lhe reconhecer.

Por mais transformações que Ele lhe imponha,
E até lhe levar as raias da loucura,
Vou lhe fazer me reconhecer,
Sem nenhuma vacilação ou dúvida.

Que Ele lhe leve a completa fealdade,
Tire-lhe toda poesia e a alegria de viver,
Estarei nas entranhas do seu ser,
Fazendo-lhe lembrar e reviver.

Que Ele lhe deixe no vazio do nada,
Pois será no nada que você sempre me terá,
Isto eu lhe garanto e posso até jurar...

Pois o meu amor é muito maior,
- Mais muito mesmo -
Do que sua vã filosofia, sua lógica,
Sua matemática, sua “razão pura”,
Poderiam calcular.


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Publicado no Recanto das Letras em 21/04/2011

Código do texto: T2922519

sexta-feira, 22 de abril de 2011

MEU ANIVERSÁRIO NUMA SEXTA-FEIRA SANTA




MEU ANIVERSÁRIO NUMA SEXTA-FEIRA SANTA






Hoje o dia, talvez um dos mais tristes de minha vida, é meu aniversário. O primeiro numa Sexta-feira Santa, pelo menos que eu me recorde. Amanheceu ensolarado e repleto de Luz. As nuvens branquinhas, num Céu de um azul anil, formavam imagens de minha vida. Algumas feias, outras bonitas, e muitas inexplicáveis... - Tão nítidas!

Cinquenta e sete anos de imagens...! Com algumas lacunas, por lógica e por natural esquecimento, evidentemente.

Em todas elas vejo mamãe... Como sinto a falta dela! Em Janeiro último fez três anos que ela se foi... - Ainda não me convenci disso. Olho ao meu redor como se a qualquer momento ela fosse aparecer, com um lindo bolo nas mãos, cantando parabéns, com sua belíssima voz. Como todos os anos fazia no aniversário de seus cinco filhos. Mamãe era linda e sua voz mais ainda.

Mas enfim, hoje é o meu aniversário e apesar do dia, e apesar de mamãe não estar mais entre nós, preciso comemorar. Afastar a tristeza, a saudade, as preocupações, os desencantos, e agradecer a Deus pelo sacrifício que fez e pela coragem de enviar Seu Filho Jesus, para nos ensinar a viver, e, assim nos salvar. Principalmente, de nós mesmos...

Nascer para viver “e depois, e depois...” Como diz aquela canção de amor que papai compôs para mamãe; não importa. Importa o hoje e o agora.

E o agora de hoje: É MEU ANIVERSÁRIO e tem festa “rolando” por aí. VIVA!!!!

A maravilhosa poetisa, minha amiga, Fernanda Xerez, me preparou uma festa belíssima. Fui comunicada por e-mail e dei uma “olhadinha”. Quase morri de tanta emoção. Confira o que afirmo clicando no link abaixo:






No Orkut, Nossa Senhora! Minha página, que é uma verdadeira “vitrine virtual” de belíssimas poesias, e, de vários poetas, também tem festa.
- Ah, não mereço tanto!!!



Por aqui, no momento, estou sozinha. Todos “sumiram”. Eles pensam que eu não sei das “festas” que estão preparando para mim. (Rsrs).

Diante de tudo isso não poderia ficar em “reclusão”, precisava escrever alguma coisa para registrar minha alegria por ter amigos e familiares que gostam de mim do jeito que sou – um dia bom, um dia ruim - para lhes dizer, do fundo do meu coração e de minha alma: MUITO OBRIGADA!

Com votos de uma Feliz Páscoa para todos, continuo sendo,

Apenas Ysolda





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Publicado no Recanto das Letras em 22/04/2011


Código do texto: T2924056







terça-feira, 19 de abril de 2011

"O RESGATE"



“O RESGATE”
De: Ysolda Cabral







Choveu a noite toda e Recife amanheceu um caos completo. Ruas e avenidas alagadas, árvores caídas, semáforos sem funcionar... Um verdadeiro inferno!

- Até o Mar se refugiou no Céu! (Rsrs)

Minha filha, a qual não ia à faculdade há uma semana, resolveu ir justamente hoje.

Fiquei meio reticente em permitir, pois apesar dela dirigir há dois anos; um trânsito como o de hoje é complicado para qualquer motorista por mais experiente que ele seja. Entretanto, como ela foi minha aluna, pois ninguém aprende a guiar em auto-escola, permiti.

Pois muito bem... Cá estou em pleno expediente quando o meu celular toca. Atendo. Do outro lado da linha, o meu ex-marido, estressadíssimo e aos gritos, me avisa (leia-se: me acusa) que nossa filha se encontra presa no trânsito e em local ignorado.

Ele sempre foi assim... Quando alguma coisa acontece com ela, ele fica tão apavorado que perde totalmente o raciocínio, a calma e eu que “segure” as “pontas”. (Rsrs)

Logo em seguida liguei para ela e fiquei sabendo da grande “catástrofe”...

A Companhia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), devido às fortes chuvas, havia interditado o acesso ao nosso bairro, determinando o retorno de todos os veículos por outras vias.

Foi aí que se deu a desgraça... Ela retornou por uma via nunca transitada por ela antes e se perdeu. Disse-me ter ligado para o pai, com o objetivo de lhe pedir orientação de como sair dali uma vez que, “desconfiava” estar mais ou menos próximo da empresa que ele trabalhara.

Depois de escutá-la, calmamente, lhe disse para permanecer onde estava, pois eu iria até ela.

Pela janela vi que a chuva continuava “castigando” a cidade. Pensei: como vou chegar rapidamente onde acho que ela está?



- Só de moto! Pensei em voz alta e sai correndo da sala a procura de Anderson, meu colega de trabalho – aquele que tem leve deficiência auditiva e que vive tocaiando os gatos, para não deixá-los comer os passarinhos, os quais dormem nas árvores do quintal de sua casa - aquele que é quase um filho para mim de tanto que lhe quero bem... E, afinal, numa situação assim, pra que serve um filho e motociclista de primeira...?!



Expliquei-lhe o que estava acontecendo,contudo ele só entendeu que deveria me levar, em sua moto, para algum lugar e bem depressa. Observando a roupa que eu vestia (calça jeans, blusa de mangas compridas, de malha leve, e botas), constatou que eu precisava de um blusão apropriado – para que eu não me molhasse tanto - e um capacete.

O segurança da empresa, gentilmente, me cedeu os respectivos acessórios e lá fomos nós fazer o “resgate”.

- Que aventura!!!!

Andar de moto entre veículos, num dia de chuva, com tudo alagado, e em caráter de “socorro”, não é nada fácil. O motociclista tem que ser muito competente, paciente e hábil. Anderson é tudo isso e muito mais.

Consciente da responsabilidade, literalmente grudada em suas costas, aparentemente calma, sem saber ao certo a direção que deveria seguir e sem quase escutar o que eu falava, seguiu em frente para o que desse e viesse.

E assim o “resgate” foi realizado com muita segurança e sucesso.

Valeu!!! Filho do coração.

Muito obrigada, “visse” bichinho?! Amo tu.




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Publicado no Recanto das Letras em 19/04/2011




Código do texto: T2918687

segunda-feira, 18 de abril de 2011

LITERALMENTE PÉROLAS


LITERALMENTE PÉROLAS

De: Ysolda Cabral



Pérolas...

Brancas, pretas, raras e belas...


São propriedades do Mar,

Qualquer uma delas.


Ele costuma presentear as Sereias.

Elas – lindas e vaidosas - as exibem,

Em colos de belos seios.


Não gosto de Pérolas!

Tenho desconfiança delas...


Para mim, as que chegam aqui,

- Por roubo ou infortúnio -

Trazem compreensíveis pragas,

De suas legítimas donas...


Que choram suas perdas,

Em noites de lua cheia,

Por se sentirem nuas.

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Publicado no Recanto das Letras em 18/04/2011

Código do texto: T2916300

domingo, 17 de abril de 2011

JARDIM CONDENADO

JARDIM CONDENADO

De:Ysolda Cabral


Gosto de olhar a chuva através da janela...

É tão bela!


Porém o frio que sinto não vem dela...

E o verde que vejo não é da floresta.

É de um jardim condenado.

Ali vão construir.


- Ai! Coitada de mim.

Nada posso fazer...

A não ser ficar aqui,

A espera de vê-lo sumir.


Neste momento a chuva aumenta,

Atormenta, acorrenta,

Desorienta e afugenta os pássaros,

-Tanta tristeza, quem agüenta?!


O dia escurece, entontece...

Anoitece...?!


A vontade de correr mundo a fora,

É tão urgente!

Tem “cara” de agora,

Mas é passada a hora.

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Publicado no Recanto das Letras em 17/04/2011


Código do texto: T2915122

sábado, 16 de abril de 2011

CÓDIGO DOS SENTIDOS




CÓDIGO DOS SENTIDOS

De: Ysolda Cabral

Em busca de mim, me perdi.

Em busca de você, me enganei.


E de engano em engano,

O tempo foi passando,

E acabou o encanto...


E, do labirinto de dúvidas,

O qual por livre espontânea vontade entrei,

Mesmo considerando as sinalizações,

A saída finalmente eu encontrei...


Tão fácil estava!

Bem na minha cara...


Foi só seguir a placa que não dizia nada.


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Publicado no Recanto das Letras em 13/04/2011

Código do texto: T2906010

domingo, 10 de abril de 2011

TRAGÉDIA DE REALENGO X MÍDIA


TRAGÉDIA DE REALENGO X MÍDIA

De: Ysolda Cabral


O cursor acintosamente me avisa que o papel A-4, configurado e justificado para receber o texto em Arial dezesseis, com entre linhas um vírgula cinco, está em branco. Olho para ele piscando para mim como quem diz: “Vai, escreve, desabafa...!”


Paro um pouquinho, pedindo ao Senhor Tempo, um minutinho de silêncio, para acalmar a minha alma e o meu coração no final da tarde chuvosa.


Alguém lá fora liga a TV e eu fecho a porta do meu quarto, pois não quero ver ou ouvir a “mídia” continuar a explorar, sem trégua, a violência e as tragédias humanas, inexplicáveis, em busca de maior audiência.


- Já basta!!!


Deixemos os mortos descansarem em paz e oremos para que fatos, igual ao ocorrido recentemente numa das escolas do bairro de Realengo, no Rio de Janeiro, não volte a acontecer em nenhum lugar.


E, para que os que ficaram e/ou escaparam, reencontrem o equilíbrio, a alegria de viver e a fé.


Este é o meu pensamento, o qual, desta forma, exponho em desabafo.

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Publicado no Recanto das Letras em 10/04/2011

Código do texto: T2901124

quinta-feira, 7 de abril de 2011

RECEITA CONTRA A TRISTEZA


RECEITA CONTRA TRISTEZA

De: Ysolda Cabral




Quando a tristeza é profunda,

Melhor é não querer lhe desvendar.

Deixar a sua complexidade pra lá,

É atitude sábia para a alegria voltar.



E ela volta radiante que nem dia de sol.

Às vezes volta até em dias de chuva.

Só pra levar a tristeza na correnteza,

E num instante tudo se renova e muda.


O perfume da terra molhada se espalha,

As ”ervas daninhas” perdem a batalha,

E tudo fica “verdinho” de esperança.


Com a esperança predominando,

Você que se sentia doente e acabando,

Volta a ter alegria e autoconfiança.


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Publicado no Recanto das Letras em 05/04/2011

Código do texto: T2890900


http://www.recantodasletras.com.br/autores/ysoldacabral