quarta-feira, 29 de setembro de 2010

NA CONDIÇÃO DE MÃE, PAGUEI MICO!

NA CONDIÇÃO DE MÃE, PAGUEI MICO!
De: Ysolda Cabral





Muito cansada de um dia de trabalho desgastante, fui com minha filha ao Shopping mais próximo de minha casa (menos de cinco minutos). Só fui porque precisava mesmo ir. - Sei perfeitamente que, não convém exigir muito de mim quando estou assim.

Pois bem; saímos de casa, enfrentamos um engarrafamento desesperador e ao chegarmos ao nosso destino ainda tivemos muita dificuldade para encontrar uma vaga no estacionamento. Mas, enfim, chegamos...

Muito mais cansada, com fome e bastante irritada, propus à minha filha jantar e só depois irmos às compras.

Ela me conhece bem e sabendo que, se não concordasse a coisa iria “desandar” de vez, mais que depressa concordou, mesmo sem estar com muita fome.

Na praça de alimentação encontramos uma mesa disponível – única facilidade encontrada naquele dia – fato que me deixou um pouquinho mais animada.

Sentei-me e “abusando da condição de mãe”, mandei minha filha providenciar nosso jantar por não ter disposição nem para isso naquele momento.

Finalmente o jantar foi servido e tudo estava do meu gosto, principalmente a sobremesa.

Satisfeita e descansada, fomos às compras.

Depois de entrarmos em várias lojas e não encontrar quase nada do que estávamos procurando, decidimos ir embora até porque meus pés doíam pra "caramba".

Chateada de não ter comprado tudo e com os saltos a me castigarem, toda a irritação e cansaço de antes voltaram como num passe de mágica.

Foi neste exato momento que dei de cara com uma jovem mãe que trazia junto a si uma garota de uns 10 anos a qual, nos pequeninos braços, segurava – literalmente pendurado – um bebê de poucos dias.

Meu coração gelou e eu, sem vacilar, saí correndo com os braços estendidos pra pegar o bebê caso a menina o deixasse cair. E, como se ainda não bastasse, gritando que a mãe era uma louca de permitir uma coisa daquelas.

Todo mundo parou e o silêncio foi total.

Minha filha, morrendo de vergonha, conseguiu me fazer parar falando que “àquilo” não era um bebê e sim um boneco...

Todo mundo caiu na risada e eu xinguei até a última geração (em pensamento) o idiota que teve a idéia de inventar um “brinquedo” daqueles.

Olhei para minha filha e lhe avisei baixinho: se você também sorrir, não respondo por mim!

- JÁ PRA CASA!

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Publicado no Recanto das Letras em 29/09/2010

Código do texto: T2527211

sábado, 25 de setembro de 2010

APENAS BRINCADEIRA



Revisando meus arquivos, encontrei um comentário brincadeira deixado na página do Recanto das Letras do querido poeta, Jeronimo Madureira, certa ocasião. Resolvi trazê-lo pra cá.



COMENTÁRIO:



Eu, de poesia, em poesia,
Vou compondo a minha vida,
Com versos de alegria,
Tristeza ou saudade.
No coração a certeza de que,
Quando for, já fui tarde.

(RSRS)


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Publicado no Recanto das Letras em 25/09/2010

Código do texto: T252032

ELE É QUEM ME GUIA



ELE É QUEM ME GUIA
De: Ysolda Cabral



A propósito de alguns “ditos populares” gentilmente me enviados pelo escritor “Peregrino” o Luzirmil, me lembrei do seguinte episódio:

“Contra fato, não há argumento.”
“O que está feito, está feito.”
“E, àquilo que não tem solução, solucionado está.”

Assim dizia o refrão da "cantilena" de Maria, todo santo dia enquanto fazia o feijão. Ninguém agüentava mais aquela "mesmice" todo dia. Às vezes ela desafinava e quando isso acontecia, a comida saia doce ou salgada demais.

Tentei descobrir o que não sorria na sua alma – a velha mania de me preocupar com todo mundo que, de alguma forma, faz parte de minha vida - e, como nada descobria, cheguei à conclusão que ela era uma filósofa nata e nem sabia.

Fui um dia lhe contar e como nada me respondia, insisti e ela então falou: “me deixa em paz Ysoldinha, pois o que vale na vida é àquilo que você tem: saúde, paz e alegria.”

Então lhe confidenciei: e Deus, Maria, pois Ele é Quem me guia.


Publicado no Recanto das Letras em 24/09/2010


Código do texto: T2518547

RICO FAZENDO FESTA DE POBRE?!



RICO FAZENDO FESTA DE POBRE?!
De: Ysolda Cabral




Um certo *“chefe” de olhos verdes, saradão (leia-se barrigão), mais de 1,80 de bom gosto e elegância. Gosta de andar com sua bolsa de couro de “crocodilo” a tira colo.

Dentro dela uns quatro ou cinco celulares que não param de tocar – um deles é só para falar com os “Chefes de Estado”, outro é exclusivo para falar com o Presidente da República, isto sem jamais falar um palavrão.

Fora esses amigos, ainda conhece “Deus e todo mundo”, frequenta as “altas-rodas” da sociedade brasileira e internacional, e, claro que, dentre esses, estão artistas e intelectuais. Contudo, seu amigo mais chegado é o Dr. Google.

Tem verdadeira ojeriza a pobre, fazendo questão de alardear: “se um dia fui pobre, não me lembro.”

Todo santo dia vem nos “fiscalizar”, digo, nos dar bom dia. E, com seu jeitão de “lorde inglês”, sempre tem algo a nos ensinar e/ou chamar a atenção.

- Afinal, subalternos serve pra quê?!

Hoje ele chegou muito cansado, com sono, alquebrado. Com ar desleixado, roupas que pareciam ser da **Sulanca e não adquiridas nos EUA, onde esteve recentemente a passeio com sua consorte. Ocasião em que, inclusive, só frequentou restaurantes cinco estrelas, onde as lagostas servidas tinham pra mais de “meio-metro”. – Conforme foto que nos enviou e que ilustra este texto para comprovação daquilo que escrevo e assino.

Pois muito bem, como ia contando; ele hoje chegou cabisbaixo e lógico que ficamos preocupadas! Vendo nossa “sincera” preocupação, todo prosa, nos contou que havia levantado cedinho, as quatro da matina. Fez uma lista de compras e foi ao supermercado, pois havia sido convidado - ele e a esposa - para uma festa em casa de um empresário muito rico, seu amigo. E, que, como tal, teria que levar um "pratinho" para a “grandiosa” festa.

Como a despensa de sua casa estava um “tantinho” desprovida... Decidiu cedinho resolver a questão.

A minha amiga e colega de trabalho, Tê Lima, que não deixa escapar nada, com cara de quem não quer nada querendo, mais que depressa lhe perguntou em qual supermercado ele tinha ido assim tão cedo.

- Neste ponto, realmente, não consegui mais me controlar e cai na gargalhada.

A Tê Lima, sem dó ou piedade, prosseguia pausadamente como quem estivesse a refletir, analisando bem a situação...

- Quer dizer que o senhor acordou cedo, foi ao supermercado de pobre, comprar comida pra levar pra festa, na casa do seu amigo rico?!!! E concluiu:

- Vai ser um churrasco e tanto, num vai?!!!

- Podemos ir também?

A gente leva umas “asinhas” na boa!

- Eu posso com uma coisa dessas?! Hahahahahahahahahahaha



* "Chefe" - Pessoa muito querida e divertida, a qual adorou esta brincadeira e autorizou a publicação deste texto.


** Sulanca – comércio de roupas e calçados vendidas em barracas na feira de Caruaru-PE, minha terra natal.



Atenção!!!!!!
Comentário do " Chefe" que acabo de receber:


23/09/2010 11:44 - Deficiente Financeiro
Nota 10. Esse "animal" que estou segurando era uma lagosta que falava inglês. Lagosta nobre. Eu não sou pobre; sou Portador de Deficiência Financeira. Pobre é quem "pega DI 8 e larga DI 5". Beijos.


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"Traduzindo" a última frase do "Lorde", a próposito da pergunta do escritor recantista "Guru Evald" constante em seu comentário:Pobre é quem pega (no trabalho) "di 08 e larga di 5". Ou seja; eu e a Tê Lima pegamos no trabalho das 08:h às 17:h.


Publicado no Recanto das Letras em 23/09/2010

Código do texto: T2515241
EU, MEU COSMO!
De: Ysolda Cabral


Leio e releio notícias
Tão vazias de mim!
Enxugo lágrimas doloridas,
E vou seguindo mundo a fora,
Sem saber aonde ir.

Aqui e acolá paro.
Descanso um pouco,
E na esperança de algo novo;
Eu volto!

A tristeza invade meu ser,
A saudade ajuda a viver,
E, mesmo devastando a minha alma,
Sou compreensão sem muita calma.

Por uma fração de segundo,
Sinto-me firme, forte...
- Meu próprio Cosmo -
Imune às maldades do mundo.


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Publicado no Recanto das Letras em 22/09/2010

Código do texto: T2513081

terça-feira, 21 de setembro de 2010

GAROTA DE PASSARELA



GAROTA DE PASSARELA
De: Ysolda Cabral



Ela é tão graciosa!

Não anda... Não caminha...
Ela simplesmente saltita,
Como se estivesse a dançar,
Sem pressa nenhuma de chegar.

Seu balanço natural é bonito,
Solto, leve, livre de artimanhas,
Verdadeiramente ingênuo,
E gostoso de olhar.

Muito menina ainda,
Não passa por sua cabeça os dramas,
As tramas e as emboscadas da vida.

Quando sorrir,
Seu sorriso encanta,
E ilumina.

Muitos a invejam,
E ela inocentemente ousada,
- Característica própria da idade -
Faz de conta que não percebe,
Que não liga...

Elegantemente altiva,
Muito charmosa e bela,
Segue em frente na “Passarela”
Do seu “Mundo de Magia.”

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Publicado no Recanto das Letras em 21/09/2010

Código do texto: T2511561

domingo, 19 de setembro de 2010

MINHA CRUZ

MINHA CRUZ
De: Ysolda Cabral


A procura de mim,
Perco-me e me acho.
E, com a lucidez da Luz,
Avalio a minha cruz.

Aproximo-me,
Chego bem perto,
Olho e perscruto,
Paro... Penso... Peso...
Concluo:

Minha cruz não é feia,
Também não é bonita,
Não é leve e nem pesada,
É proporcional à minha alma.

Para carregá-la,
Não preciso de muito,
Basta que eu tenha paciência,
E um pouco mais de calma.

Talvez a carregue por anos,
Ou apenas por mais alguns segundos,
Mas quando parar de lhe carregar,
Nela deverá constar:

Aqui jaz Ysolda!
Finalmente nocauteada,
E definitivamente muda.

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Publicado no Recanto das Letras em 19/09/2010

Código do texto: T2508222

CACHORRINHOS MUITO MACHOS


CACHORRINHOS MUITO MACHOS
De: Ysolda Cabral


A cachorrinha de Noêmia teve seis filhotinhos. Três fêmeas e três machos. Todos lindos e de raça nobre. Noêmia, nossa amiga, ficou repleta de amor pela “prole”, porém preocupada com a "mãe" que se mostrava de má vontade para amamentar seus “rebentos”.

Ligou imediatamente para a veterinária e esta disse para ela não se preocupar que logo a “mamãe” tomaria consciência de suas responsabilidades.

- Dito e feito!

Agora, com menos de um mês, estão fortes, espertos e mamando pra valer.

Ontem, Noêmia e minha irmã, colocaram os filhotinhos num “berço-bacia” e levaram para vacinar. (Foto acima)

As fêmeas não deram trabalho algum. Não reclamaram de absolutamente nada e nem tiveram medo das “agulhas”.

Já os machos... Ah! Os muito machos...Tentaram fugir, “berraram”, "esperniaram" e tiveram que ser segurados com firmeza para que as vacinas fossem ministradas.

Logo após, os três caíram desfalecidos, verdadeiramente prostrados no “bercinho-bacia”, sem disposição nem pra mamar e assim estão até hoje.

É mole?!!! Hahahahahahaha

E viva nós, "né" mesmo?!!!!
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Publicado no Recanto das Letras em 19/09/2010
Código do texto: T2508037

sábado, 18 de setembro de 2010

DERRADEIRA ERUPÇÃO



DERRADEIRA ERUPÇÃO
De: Ysolda Cabral



É sempre uma fresta.
Nunca uma porta aberta...
Nada mais me resta!

E como Floresta,
Devastada de quimera,
Sou Rocha
Na cratera do Vulcão...


Refrescada pela neve,
Estou ali há séculos,
Tranqüila e a espera,
Da derradeira erupção.

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Publicado no Recanto das Letras em 18/09/2010

Código do texto: T2505899

O PODER OD BOM HUMOR



O PODER DO BOM HUMOR
De: Ysolda Cabral



Todos os anos faço meu check-up em março, mês que antecede o mês do meu aniversário. Como os exames sempre dão normais, resolvi este ano não me apressar.

Hoje, finalmente, amanheci disposta a encarar a referida avaliação.

Em jejum, de banho tomado, vestida de roupas e sapatos confortáveis, fáceis de tirar, munida de meu bloco de anotações e caneta; sai cedinho de casa rumo ao laboratório e clínica de ultra-som.

Apesar do trânsito intenso, consegui ser umas das primeiras a chegar.

A recepcionista me atendeu com cordialidade e me entregou uma senha dizendo-me para aguardar.

Na sala de espera uma mesa de canto, com deliciosos biscoitos e bolachas; café, chá e leite. Na parede uma gigantesca tela de TV, transmitindo um programa de culinária.

Senti meu estomago protestar. Mais que depressa, peguei meu bloco e a caneta para desviar minha atenção da TV e da mesa.

Logo a mesma recepcionista me mandou ir até o prédio vizinho fazer a coleta de sangue, uma vez que os exames que dependiam de médicos e máquinas iriam demorar um pouquinho. E, lá fui eu toda calma e paciente, porém com uma fome desgraçada.

Ao chegar fui imediatamente encaminhada para um Box de coleta. Uma técnica jovem e bonita me aguardava com cara de poucos amigos. Pensei cá com meus botões: eu que deveria estar com essa cara! - Mas enfim...

Caprichei no sorriso de bom dia.

Ela resmungou algo inaudível e me mandou sentar. Antes, tentei colocar o “tripé de braço” do meu lado direito, lhe informando que a veia de meu braço direito era muito fácil de pegar.

Meu Deus do Céu! Ela ficou muito brava e disse que era ela quem iria decidir qual a veia seria melhor. - Pensei: ora se a veia é minha, o sangue é meu...

Cai na risada e obediente me sentei. Contudo, lhe estirei o braço direito e já com a veia dilatada, só com o fechar de minha mão, disse-lhe para realizar a coleta.

Ela “cegou” e “trincando” os dentes pegou o “garrote” que ao invés de amarrar meu braço foi parar no chão bem longe de nós duas. Parecia até que tinha vontade própria e se rebelava contra mim, por dizer não precisar dele; ou contra ela, por querer utilizá-lo sem a menor necessidade.

Cai na gargalhada e ela, - acho que contando até dez -, me encarou. Quando pensou em falar, me adiantei e lhe perguntei: como é possível uma moça tão linda, ser tão mal humorada?

Ela então sorriu e apaziguada com ela mesma coletou meu sangue sem nenhuma dificuldade.

Dei-lhe um beijo agradecido e fui embora deixando lá um garrote esparramado no chão, e, uma jovem garota com muito pra refletir.

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Publicado no Recanto das Letras em 17/09/2010

Código do texto: T2504070

segunda-feira, 13 de setembro de 2010

PRA CHAMAR SUA ATENÇÃO



PRA CHAMAR SUA ATENÇÃO
De: Ysolda Cabral



Pra chamar sua atenção:
Falei tanto da minha Hortelã!
Em poesia e até em crônica do dia-a-dia.

Pra chamar sua atenção:
Falei das flores, dos pássaros,
Das Árvores por onde passo;
Meu traço...

Pra chamar sua atenção:
Falei tanto, tanto do Mar!
Do Sol, da Lua,
E das Estrelas do Céu.
Nosso Véu...

Pra chamar sua atenção:
Falei do Tempo, do Vento,
Do cheiro da Terra molhada,
Mistério da Vida e Renovação.

Pra chamar sua atenção:
Falei da Chuva,
Do Relâmpago e do Trovão,
De maneira doce e também áspera...

Pra chamar sua atenção:
Falei do Orvalho nas folhas,
Nas pétalas das Rosas,
Toda minha emoção.

Pra chamar sua atenção:
Tentei ir embora,
Falando até em morte!

Do asfalto quente,
De muita dor e pouca sorte.
Tudo pra chamar sua atenção.

E não precisava!
Afinal fui " tatuada na sua alma",
O que mais poderia querer meu coração?

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Publicado no Recanto das Letras em 13/09/2010

Código do texto: T2496220

terça-feira, 7 de setembro de 2010

ORAÇÃO DO ENTARDECER

ORAÇÃO DO ENTARDECER
De: Ysolda Cabral



No entardecer de mim...
Que eu não perca a sensibilidade,
Que eu não perca a alegria e nem o bom humor,
Que a esperança sempre acalente meu coração,
Que os sonhos sejam sempre suaves e lindos,
Que os pesadelos sejam totalmente banidos.

No entardecer de mim...
Que eu não tema o que virá,
Que os Raios de Sol sejam sentidos,
Tanto quando os Raios do Luar,
Se não puderem ser vistos.

No entardecer de mim...
Que a música esteja na minha alma,
Se não for mais ouvida;
Que o perfume das flores seja percebido,
Se perder também o olfato;
Que a suavidade da rosa seja sentida;
Mesmo que eu perca o tato.

No entardecer de mim...
Que eu não perca a sanidade,
E caso assim acontecer;
Que o amor de Deus e a fé que sempre tive Nele;
Me sustente até o fim.
*****
Publicado no Recanto das Letras em 07/09/2010
Código do texto:
T2484060

OAB E O TRATO COM O DIVINO


OAB E O TRATO COM O DIVINO
De: Ysolda Cabral




Quando cursava o Ginásio – hoje 1º Grau – conheci um garoto que chamava a atenção de toda turma por sua rebeldia, sovinice e maldade.

Tratava-se de um garoto até bonito e bem nascido. Eu ficava tentando descobrir a razão dele ser tão “ruinzinho”. Aproximei-me dele, uma vez que ninguém se aventurava.

- É que sempre fui dada a tentar consertar àquilo que não tem conserto. Mamãe procurava me orientar, me alertar, mas eu não a escutava. Eu entendia que, eu mesma, precisava formar meus próprios conceitos, principalmente alusivo ao ser humano. E, por mais que "quebrasse" a cara eu não aprendia. O pior é que continuo do mesmo jeito.

– Sou mesmo um caso perdido!

Contudo, nunca fiz mal a ninguém, até muito pelo contrário; pelo menos que eu saiba.

Quanto ao meu intento relativo ao garoto... Ora, se nunca consegui dar jeito nem em mim, como poderia dar nos outros?!

O tempo passou, cresci, mudei de cidade e nunca mais tive notícias dele, até poucos dias atrás.

Pois muito bem; minha amiga Diva me contou que, um dos diretores da empresa em que ela trabalha, estava muito chateado com Jesus Cristo e falando mal Dele.

Como ando ultimamente meio dispersa por motivos outros, achei que ela estava me contando uma piada, e, pensando ter perdido o “fio da meada”, lhe pedi para contar tudo de novo.

Ela indignada, exclamou:

- Ysolda, não estou contando nenhuma piada!!! - Que coisa!!!! Estou falando do meu chefe “Sr. Raul Pavão”.

- Fiquei “rosa chiclete”!

Com muita cautela posto que, aprendi que não se deve falar mal de ninguém, perguntei a razão dele andar xingando Jesus Cristo. Ela então me contou que o seu chefe, sujeitinho ordinário, perseguidor, mau caráter e sovino ao extremo, havia concluído o curso de Direito há alguns anos e como não conseguia passar nas provas da OAB, fez o seguinte “trato” com o Divino: se comprometeu em distribuir cestas básicas nas favelas, e, em troca, Jesus o faria passar nas “benditas” provas da OAB.

Conclusão: vem nessa “pisadinha” há uns bons quatro anos e até agora, como Jesus não fez a parte Dele, ele anda “detonando” Jesus Cristo pelos quatro cantos do mundo.

- Pois é, minha amiga !!! Jesus é bem esperto, você não Acha?! (Rsrs)

- Louvado seja Ele!

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Publicado no Recanto das Letras em 06/09/2010
Código do texto: T2481734

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Comentários interessantes deixados em minha Escrivaninha do Recanto das Letras
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06/09/2010 15:42 - Luzirmil
O pessoal do comentário se divertiu a beça com seu aposto, cara Ysolda. De minha parte, sentimental que sou, acabei tendo dó do rapaz. Mas você sabia, que Deus conhece (aliás está em nosso pensar, pois o fator tempo para Ele é nulo) nossos pensamentos futuros? A repetência do nosso amigo está embasada nessa lógica. Afinal ele não foi agraciado com seus almejados desejos, por ter nele uma latente mácula guardada em seus raciocínios futuros contra o Mestre dos Humildes. Qualquer mestre, desses comuns que existem, encontrando alunos que O assimilam, jamais deixa de mover as pedras em favor de tal discípulo. O *artista* em questão não deve ter o dom da atenção e portanto não assimilou as lições que recebeu. Lendo o que escreveu Neusi, lembrei-me de um caso que denominei de: "O Juiz Esbarrão". Bem... é melhor não entrar aqui em detalhes sobre um doutor dependente de remédio pra cabeça que acabou sendo diretor de um Forum lá em Juriticatalá. Em todos os processos só havia confusão.Bem vou parar por aqui que está relampeando e trovejando muito por aqui e poderá atingir meu CP. Logo mais eu volto. Abraços. Não repare as erratas pois escrevi com pressa.
Para o texto:
OAB E O TRATO COM O DIVINO
(T2481734)
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06/09/2010 14:52 - Jucélia Carvalho *
Cara Ysolda,Vc não é um caso perdido e sim um aceto da natureza. E ainda digo mais, se tivesse nascido em Garahuns seria perfeita, assim como eu. Sobre seu ótimo texto vc está me fazendo lembrar algumas pessoas que conheço que a anos tentam passar na OAB e não conseguem. A meu ver o poblema do Sr. Pavão é que ele está nessa "pisadinha" a apenas quatro anos, talvez mais quatro, atendendo a todas as favelas, e uma boa reciclagem ele passe.Vamos aguardar.(kkk)Bjs.Jucélia
Para o texto:
OAB E O TRATO COM O DIVINO (T2481734)
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06/09/2010 14:49 - Anderson Leandro *
Um dia o Sr. Raul Pavão irá rever seus conceitos e se arrepender do que têm feito. Espero que não demore, pois caso persista nesta personalidade, a falta de OAB será apenas um epsódio do sofrimento dele.Excelente texto, amiga. No começo do texto achei que você teria se apaixonado pelo pestinha do ginásio, kkkkkkkkk
Para o texto:
OAB E O TRATO COM O DIVINO (T2481734)
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06/09/2010 14:28 - Neusi Sardá
O pior Ysolda é quando o capeta resolve dar uma mãozinha e um elemento assim passa nas provas(e como tem disso). Eu sempre achei que uma criança já demonstra o futuro ser humano(desumano) adulto que será! Ou seja: a maldade é biológica. Excelente crônica. Abçs.
Para o texto:
OAB E O TRATO COM O DIVINO (T2481734)
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06/09/2010 14:24 - nuvembranca
Com Ele ninguém brinca Ele conhece os corações. Linda escrita. Eu não penso que você é um caso perdido (risos) É sorte partilhar a tua amizade amém. (risos)Parabéns sempre.
Para o texto:
OAB E O TRATO COM O DIVINO (T2481734)
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06/09/2010 14:22 - Felipe F Falcão
Se o cara já é sovina e mau caráter por natureza... tendo mais poder nas mãos, que será que ele não fará?... mas creio que neste casa em especial, Jesus não tem nada a ver com ele não passar nas provas, talvez o caso seja estudar mais... até porque ultimamente esta muito difícil passar nas provas da OAB mesmo...meus parabéns pela bela inspiração. Grande abraço.
Para o texto:
OAB E O TRATO COM O DIVINO (T2481734)

domingo, 5 de setembro de 2010

O SORRISO DA MINHA CARA - II

O SORRISO DA MINHA CARA - II
De: Ysolda Cabral


Anda cansado de sorrir,
O sorriso da minha cara.

Digo-lhe para descansar,
E ele abusado responde:
Não fale comigo, minha cara.

Meu sorriso é assim...
T e m p e r a m e n t a l!!

Quando cisma de dar “piti”
Fica sem sorrir,
E é por longa data.

Conto-lhe piadas engraçadas,
Viajo na poesia alegremente,
No humor do Tristão de Alegrette,
- que não mente –
E nada ele acha engraçado,
Infelizmente.

Entretanto, quando penso em você;
Ele, mais que depressa escancara,
E, se, eu não o controlar,
É bem capaz dele morrer,
De tanto dar risada.

É mesmo muito sem jeito,
Esse sorriso da minha cara!

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Indicação de leitura:" Porque Não Participei do BBB 9" - Autor:Tristão de Alegrette

http://recantodasletras.uol.com.br/humor/1428527


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Publicado no Recanto das Letras em 05/09/2010

Código do texto: T2479549

sábado, 4 de setembro de 2010

MINHA CASA

MINHA CASA
De: Ysolda Cabral



Amanhecer com o canto dos pássaros,
Sentindo o perfume de hortelã,
Sabendo o Mar por perto,
Não tenho dúvida; estou em casa.

E como é muito simples a minha casa,
Fica fácil deixá-la bonita e organizada,
Pra funcionar de maneira prática.

Nela não pode faltar uma folha de papel,
Uma caneta Bic ou um lápis grafite,
Para registrar algumas importantes visitas.

Principalmente a da Saudade,
- Minha amiga mais chegada -
Posto que, sempre chega em hora inusitada ,
E eu preciso estar preparada.
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Publicado no Recanto das Letras em 03/09/2010
Código do texto: T2476281

TUA PACIÊNCIA



TUA PACIÊNCIA
De: Ysolda Cabral


Suavidade há na mão que afaga
Suavidade há na voz que consola
Suavidade há no sorriso da criança
Suavidade há no Mar sob a Lua
Suavidade há no murmúrio das ondas
Suavidade há no anoitecer
Suavidade há no amanhecer
Suavidade há no regato da fonte
Suavidade há no teu semblante
Que, a luz da tua paciência,
Me trás a PAZ.


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Publicado no Recanto das Letras em 03/09/2010

Código do texto: T2476242

BARQUINHO DE PAPELI



BARQUINHO DE PAPEL
De: Ysolda Cabral



Hoje eu trago:
Mãos frias, olhar parado...
Num dia de Sol Nublado.

No papel;
Traço um dado...

Um lado pinto de alegria,
No outro o verde da esperança,
E de repente me sinto criança.

Já o terceiro lado,
Pequeno espaço do nada,
Deixo vazio...

Chegando no quarto,
Jogo o papel pro alto...
Que de volta,
- Como num passe de mágica -
Vira barquinho.

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Publicado no Recanto das Letras em 03/09/2010
Código do texto: T24757

TRÂNSITO - PRIMEIRA HABILITAÇÃO



TRÂNSITO – PRIMEIRA HABILITAÇÃO
De: Ysolda Cabral




Falando sério e muito sério mesmo...

“Se dirigir, não beba.”
“O uso do cinto de segurança é obrigatório”
“Criança só na cadeirinha e no banco de trás."
( Taxi, transporte escolar e ônibus ainda não estão obrigados. )

– Interessante!!!

E por falar em interessante... As “blitz”, realizadas pela fiscalização de trânsito no Recife, são ordenadas, silenciosas, com fiscais bastante educados e competentes, porém firmes com os motoristas irregulares como pude testemunhar em algumas ocasiões, bem em frente do prédio que moro.

Fico a matutar a razão de não se fazer também um trabalho sério por ocasião da primeira habilitação uma vez que, a maioria dos alunos das auto-escolas adquire a carteira sem saber dirigir.

Como isso é possível?!!

Alguns, conscientes e responsáveis, reconhecendo que não estão preparados para conduzirem um veículo, mesmo portando a respectiva credencial, procuram um professor particular.

Já outros, entendendo exatamente o contrário, saem por aí derrubando poste e gente, isso quando não matam ou morrem.

Alguma providência tem que ser tomada e urgentemente.

No meu entendimento não adianta o empenho das autoridades, no sentido de minimizarem a violência no trânsito, através de campanhas educativas e fiscalização em blitz surpresas, se não tiverem, também, o devido cuidado em fiscalizar o trabalho dos envolvidos na liberação de novas Carteiras de habilitação.

Minha amiga Sandra tirou a sua carteira, comprou um carro zerinho e me convidou para dar uma voltinha de comemoração.

Antes de aceitar o convite lhe perguntei:

- Você sabe fazer meia-embreagem?

E ela me respondeu:

- Fazer o quê mesmo, Ysoldinha?

É mole ou querem mais?!

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Publicado no Recanto das Letras em 01/09/2010
Código do texto: T247239

REFLEXÃO DE DOMINGO



REFLEXÃO DE DOMINGO
De: Ysolda Cabral





Caminhando neste momento lentamente, o Tempo passa. A memória, um tanto falha, me avisa que apaga imagens de propósito. Eu não me importo e deixo que ela proceda do seu jeito. E, assim junto com o Tempo, caminho firme e sem olhar para trás.

- Não quero correr o risco de me tornar estátua!

Alguma coisa se detém à minha frente. Não temo e prossigo de cabeça erguida, com coragem e a força dos que têm a consciência limpa, além de, na bagagem, trazer a certeza do dever cumprido.

E assim vou prosseguindo em harmonia com o Tempo. Se ele caminha lento, eu diminuo também o ritmo. Sorrio, descanso um pouco e alerta aguardo o sumiço de sua preguiça.

- Do jeito que ele andar, eu acompanho.

Ás vezes meu desejo é pedir, humildemente, que retorne um pouco. Então reflito: mesmo que isso fosse possível, não valeria à pena, pois nada deixei pelo caminho percorrido que valha a pena esse risco.

Se, entretanto, em algum momento do caminho eu ficar...

Por Deus! Que não seja num “Dia de Domingo”.

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Publicado no Recanto das Letras em 29/08/2010
Código do texto: T2465931

E POR FALAR EM MÚSICA


E Por falar em Música
De: Ysolda Cabral

Com a música rodopio até no pensamento,
Dou cambalhotas em lugares fantásticos,
Desafio qualquer espaço com ou sem oxigênio.

Sobrevoo o infinito, até do absurdo!
Pairo no ar, feito um lindo beija-flor,
Sem precisar saber nem onde estou.

Assim rodopiando com ou por Graça,
Com a música dentro de minha cabeça,
Sorrio para qualquer tristeza,
Brindando à Vida como se fosse taça.

Sigo sozinha... É bem verdade!
Porém com o “acervo” que possuo,
Organizado e muito bem catalogado,
Nem Raio de Trovão me pára ou parte.


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Publicado no Recanto das Letras em 27/08/2010

Código do texto: T2462921

MÚSICA - CRÍTICA SEVERA OU PROSA POÉTICA?



Música - Crítica Severa ou Prosa Poética?
De: Ysolda Cabral



Quando me sinto sozinha, triste, fora de lugar, perdida num espaço vazio e indefinido; me acho na música. Ela me leva para lugar calmo, onde me encontro e me sinto segura.

A música para mim é como uma oração. Ao ouví-la, ou simplesmente solfejá-la no “hum, rum, rum” sem jeito e até desafinado, ou ainda através de um assovio, um simples acorde de violão; sinto-me inteira, sem receio algum e aquieta-se meu coração.

Não consigo imaginar a minha vida sem a música.

Até acho estranho imaginar que esse sentimento não seja apenas meu. Mas, enfim...! O divido feliz e quem dera fosse com o mundo todo.

A música mexe com vários sentimentos da gente, seja de alegria, tristeza ou saudade e nos transporta para um mundo especial e bem particular. - O mundo os sonhos e da emoção.

É por essas e outras razões que me indigno e me enfureço quando alguém, com talento para compor belíssimas músicas, - “vestidos” de poesias divinais - perde tempo compondo verdadeiras aberrações que expõem a futilidade, a mediocridade, a vulgaridade e a insensatez de forma absoluta.


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Publicado no Recanto das Letras em 27/08/2010
Código do texto: T2462871

SESSÃO BESTEIROL


SESSÃO BESTEIROL
De: Ysolda Cabral



Tem coisa pior que sapato apertado?
E se a pessoa tiver tendência à unha encravada?

Um joelho doente, ou os dois? Com água ou sem cartilagem? E, quando você sobe ou desce uma escada e todo mundo escuta o “treco-treco" dos ossos?

Uma alça de sutiã folgada num peito já não tão firme?

- E, se a folga for na perna da calcinha, fazendo você sair “requebrando” de agonia?

Ah! Mas tem coisa pior...

- Dor de dente!!!

Ah! E por falar em dor de dente...

Minha tia não andava bem de saúde, com dores por todos os cantos do corpo e resolveu ir ao médico mais famoso de sua cidade. O doutor, depois de fazer vários exames e estudos aprimorados de suas queixas, chegou ao seguinte diagnóstico:

- Minha senhora, seu problema está nos dentes!

Ela mais que depressa e sem titubear concluiu:

- Então minha cura será imediata. Abriu a boca, tirou a chapa e colocou em cima da mesa do doutor.

- Fico pensando... E se ela estivesse tomando um copo d’gua?!

Mas dor de cabeça tinha meu cunhado, quando morava num prédio nobre no bairro da Pituba em Salvador na Bahia.

Todas as manhãs, depois que minha irmã limpava a casa e deixava tudo impecavelmente arrumado, a vizinha do andar de cima, cismava de regar as plantas. Entretanto, regava com tanta água, mais com tanta água que, jorrava água no terraço do apartamento de minha irmã, invadia a sala e salpicava móveis e o que mais estivesse por perto para desespero de meu cunhado, o qual teria que agüentar outra sessão de limpeza e de reclamação de minha irmã.

Um dia ele começou a gritar “fogo, fogo, fogo, fogo...” E só se viu o pessoal correndo de escadaria abaixo, se atropelando pra sair logo do prédio.

Alguém, mais controlado e racional, chamou os bombeiros.

Ao chegarem, em três enormes e bem abastecidos veículos, trazendo com eles também a Coelba, foram gritando:

- Cadê o fogo, cadê o fogo?!!!

Como ninguém respondia e não por falta de educação, mas porque não sabia mesmo.

O “chefe da tropa” então gritou impaciente:

- Quem deu o alarme afinal?!!!

Alguém respondeu: foi aquele gordinho ali, apontando pra meu cunhado.

O bombeiro então se aproximou e lhe perguntou:

- Cadê o fogo, meu camarada?

Meu cunhado com a maior cara de filósofo inocente, respondeu:

- Seu Bombeiro, a quantidade de água que a vizinha costuma jogar lá de cima, ao regar suas plantas, deve ter apagado o fogo.

Hahahahahahaha

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Publicado no Recanto das Letras em 25/08/2010
Código do texto: T2458495