QUEM PRECISA DE ORAÇÃO?
De: Ysolda Cabral
De: Ysolda Cabral
Acho pouco provável que uma pessoa por mais que tenha fé, em determinados momentos não se sinta só e abandonada. A sensação é tão forte que “desmonta” a gente e nos faz ficar sem rumo.
A sensibilidade de cada um é que dita a intensidade e a duração desses momentos. Quando passam deixam marcas na alma, no corpo e na mente. Marcas essas que o tempo não apaga. E, quando tornam a acontecer é sempre pior que a vez anterior.
E assim vamos vivendo... Dias bons, dias ruins, dias mais ou menos...
A verdade é que ando meio triste e desencantada. Culpa da minha sensibilidade cada vez mais aguçada, em função do “disparate” que sou entre os meus iguais.
Gostaria até de ter mais tempo para me conhecer melhor; descobrir quem sou; analisar os meus "por quês"... Contudo, quando consigo um tempinho para essa finalidade, desperdiço não fazendo absolutamente nada.
A sensação de derrota relativa aos entes queridos, os quais já “partiram”, também incomoda e a saudade faz nossa vida descolorir. E, se formos nos ater naquilo que deixamos de desfrutar uns dos outros, aí a coisa pega pra valer...
Quantos abraços deixamos de dar e receber; quantos “eu amo você” calamos, ou, não demos a devida importância?!
Ah! Nem é bom falar...
Entretanto, no que tange a esse aspecto, é tarde para nos redimir, pelo menos enquanto estivermos por aqui.
- E nem rezar por eles adianta mais... Pois, segundo meu pai, - um dedicado estudioso da Bíblia - em nenhum lugar do respectivo livro sagrado, há alusão, ou registro, quanto à necessidade de oração por parte daqueles que já se foram. E se há; ele ainda não encontrou.
Já os daqui...
Eu então... Cruzes!!!!
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Publicado no Recanto das Letras em 08/02/2011
Publicado no Recanto das Letras em 08/02/2011
Código do texto: T2779725